Livrinho em que Badiou defende a importância contemporânea da filosofia, contra os que a reduzem a um ou outro aspecto da mesma (o marxismo em grande medida à política, muitos franceses influenciados por Nietzsche e Heidegger, à poesia, positivistas à ciência), ou anunciam sua derrocada, ligando-a ao holocausto (como se ela tivesse todo esse poder de ter levado ao mesmo, ou como se um evento pudesse determiná-la). A filosofia aprende com essas suturações e chega então à necessidade de um conceito de verdade, contra todos os sofistas contemporâneos, em um gesto neo-platônico. Mas uma verdade ligado ao múltiplo, em que um evento ocasiona uma suplementação fortuita, não previsível, não-nomeável, que instaura uma abertura, trabalhada em procedimentos posteriores, das 4 condições que a filosofia compatibiliza, torna compossíveis. São: poesia (arte), matema (ciência), política, amor (o encontro, irredutibilidade dos 2 que o compõe a uma unidade). Como o discurso sobre o ser envolve esse múltiplo, a matemática, que lida com a letra pura e o não-todo, é encarregada da ontologia.

Trata-se de uma leitura rápida, muito bem escrita, que introduz a visão do autor sobre a filosofia, indicando leituras futuras mais densas, explorando cada um dos tópicos introduzidos. ( )

Hoy la filosofía es posible en la plenitud de su ambición. La filosofía misma, tal como la entendía Platón. Lo que acarreó su eclipse en el siglo XIX fue su identificación, su "sutura", alternativamente con uno solo de los campos en los que se asienta, más allá del saber, una verdad: el científico (positivismo), el político (marxismos) y luego, con Nietzsche y aún más con Heidegger, el poema. ( )